Para
exercer uma odontologia de excelência e prestar um atendimento
diferenciado, não basta ter domínio da parte técnico-científica,
mas também oferecer ao paciente uma experiência agradável,
acessível e minimamente confortável.
As necessidades de saúde
bucal da população que apresenta restrição de mobilidade e que
faz uso de cadeira de rodas, é dificultada pelos inúmeros problemas
de acessibilidade, seja no setor público ou no setor privado. O
consultório deve estar adaptado para que o paciente cadeirante
consiga deslocar sua cadeira de rodas dentro do consultório. Porém,
a cadeira odontológica ainda se mantém como uma barreira, pois é
necessário tirar o paciente da cadeira de rodas e acomodá-lo na
cadeira odontológica, e, ao término do trabalho, colocá-lo
novamente na cadeira de rodas.
Segundo
ALEXANDRE e ROGANTE, o atendimento odontológico de pacientes
com redução de mobilidade, e que utilizam cadeira de rodas, é
realizado na cadeira odontológica convencional. E a técnica de
transferência é utilizada para posicionar o paciente na cadeira
odontológica. Nesse processo de transferência ressalta-se o
desconforto físico e psicológico, o risco de queda, a necessidade
de uma pessoa (acompanhante ou enfermeira) para auxiliar o
profissional na realização dessa tarefa, que pode, dependendo da
deficiência do paciente e dos aspectos psicológicos envolvidos,
causar-lhe maior ou menor grau de constrangimento e sentimento de
incapacidade.
A
utilização desta técnica apresenta os seguintes inconvenientes:
Segurança:
dentista e paciente ficam temerosos em relação à acidentes que
podem ocorrer nesse pequeno deslocamento;
Necessidade de
auxílio: é necessário que mais pessoas, além do dentista,
estejam presentes na sala para pegar o paciente no colo e realizar a
troca da cadeira, o que faz com que o paciente se sinta como se
tivesse pouca autonomia naquele ambiente, ideia que se mostra
totalmente oposta à filosofia da tecnologia assistiva;
Aumento do tempo de
trabalho: demora até conseguir posicionar o paciente na cadeira
odontológica.
Ergonomia:
dificuldade em conseguir uma posição ergonomicamente aceitável de
trabalho, tanto para o dentista quanto para o paciente. Especialmente
quando o paciente é obeso.
Assim,
atualmente, nos consultórios odontológicos, o tratamento de
pacientes com redução de mobilidade (com ou sem deficiência) e que
utilizam cadeira de rodas, exige da equipe de saúde conhecimento
técnico, força física e treinamento adequado para o manejo do
paciente durante a etapa de transferência da cadeira de rodas para a
cadeira odontológica.
DADOS ESTATÍSTICOS
Segundo dados do Ministério da Saúde, a OMS estima que, em tempos de paz, 10% da população de países desenvolvidos são constituídos de pessoas com algum tipo de deficiência. Para os países em vias de desenvolvimento estima-se este valor entre 12% a 15%. Destes, 20% seriam portadores de deficiência física. Considerando-se o total dos portadores de qualquer deficiência, apenas 2% deles recebem atendimento especializado, público ou privado.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a OMS estima que, em tempos de paz, 10% da população de países desenvolvidos são constituídos de pessoas com algum tipo de deficiência. Para os países em vias de desenvolvimento estima-se este valor entre 12% a 15%. Destes, 20% seriam portadores de deficiência física. Considerando-se o total dos portadores de qualquer deficiência, apenas 2% deles recebem atendimento especializado, público ou privado.
No
Brasil, conforme os dados colhidos no último censo (IBGE 2010),
existem 45,6 milhões de pessoas com algum grau de deficiência,
sendo que 13,3 milhões têm deficiência motora. No Estado de São
Paulo este número chega a 2,5 milhões de pessoas com algum grau de
deficiência. Estes dados, segundo algumas entidades representativas
de pessoas com deficiência, encontram-se subestimados.
Dados
da empresa Seguradora Líder, responsável pela administração
do seguro obrigatório DPVAT, mostram que as estatísticas oficiais
sobre acidentes de trânsito no Brasil possuem dados importantes.
Segundo notícia publicada pelo DPVAT, diariamente
596 pessoas ficam inválidas, ou quase 25 vítimas por hora,
entretanto a realidade é subestimada, pois nem todos reclamam o
seguro e não aparecem nas estatísticas. Somente no período de
janeiro a março de 2013 foram pagas 85.286 indenizações por
invalidez permanente, representando um aumento de 33% em relação ao
ano anterior que apresentou 64.220 indenizações por invalidez.
Conforme os dados do Boletim Estatístico DPVAT - 2013, os
números são expressivos, em primeiro lugar pela constatação de
que o trânsito brasileiro é um dos principais causadores de morte e
invalidez no país. Em segundo, por indicar que a cada seis meses 107
mil pessoas ficam inválidas, implicando num elevado custo social e
financeiro.
Outro
fator que devemos considerar é o aumento da população idosa que
devido aos problemas inerentes à idade, especialmente as pessoas de
idade avançada, acabam necessitando da cadeira de rodas para sua
mobilidade.
Em consequência desta
situação, o número de pessoas que utilizam cadeira de rodas tende
a aumentar.
ERGONOMIA
Os
procedimentos que envolvem a movimentação e o transporte de
pacientes são considerados os mais penosos e perigosos para os
trabalhadores de saúde, sendo que a aplicação de treinamentos e
reciclagem é parte obrigatória de programas de prevenção de
lesões músculo-esqueléticas em escolas e instituições de saúde.
Os maiores riscos ergonômicos dizem respeito ao processo de
transferência do paciente que exige grande esforço físico e
sobrecarga da coluna vertebral do operador (dentista e auxiliar),
sendo uma das causas de lesão e afastamento do trabalho. Esse
afastamento pode variar de dias até anos, e o tempo de afastamento é
dado pelo grau da lesão.
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